sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

A Globalização em Davos



Fonte: Portal Uol, 23/01/2008, Mídia Global.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

" O feitiço da Vila "



Em meio ao caos que foi o final de ano, consegui assistir o filme “Noel – Poeta da Vila” no cinema.(veja o trailler: http://alitania.blogspot.com/2007/11/blog-post_21.html).
O filme, do estreante diretor Ricardo Van Steen, retrata a vida e obra de um dos maiores gênios da música brasileira, Noel Rosa. Uma mistura de sutileza e dramaticidade relatam desde a vida conturbada do poeta, a criação de suas principais obras, até a morte precoce.

O elenco foi muito bem representado, com algumas pequenas exceções que, na minha opinião, não comprometem. O ator principal, Rafael Raposo, tem incrível semelhança com Noel, o que aproxima a identificação do filme com o real, além da grande interpretação de Camila Pitanga.

A fotografia é muito bem dirigida, retrata o Rio de Janeiro da época, assim como Vila Isabel, onde nasceu, cresceu e morreu o Poeta.
No elenco, vale ressaltar participações de vários músicos, como por exemplo, Wilson das Neves, sambista consagrado do Rio de Janeiro. Além de interpretar muito bem o papel de Papagaio, amigo de Noel, Wilson nos abrilhanta com sua voz inconfundível em vários trechos do filme, principalmente na cena final, brilhante.

Além disso, é possível acompanhar a relação de Noel com o que viriam ser grandes nomes da música popular brasileira, tais como Cartola, Ismael Silva, Araci de Almeida, Francisco Alves entre outros.

O filme obteve algumas importantes premiações:

- Ganhou os prêmios de Melhor Direção de Arte, Melhor Edição de Som e o Prêmio Especial "Orgulho de Ser Brasileiro", no Festival de Cinema Brasileiro de Miami;
- Ganhou o prêmio de Melhor Filme - Júri Popular, na Mostra de Tiradentes.


Vale muito a pena conferir a história deste gênio tão bem relatada neste filme.

Acessem o site oficial: http://www.noelpoetadavila.com.br/


Abraços!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Povo brasileiro

João é um senhor já com certa idade, que vive em uma casa humilde em um bairro mais humilde ainda de uma cidade do interior. Não se casou, assim como sua irmã Dora, que mora com ele. Sempre diz que até tentou, mas nunca encontrou o verdadeiro amor. Preferiu seguir a vida cuidando da irmã, um pouco mais nova.

A vida nunca abriu os braços para João, saiu de casa cedo e foi ganhar o mundo com trabalho, suor e desilusões. Seguindo seus passos, Dora. Muito trabalho, portas fechadas e poucas oportunidades.
Essa poderia ser a história de José, Carlos, Celso, Maria, Lúcia, mas é a história de João e Dora, que assim como muitos brasileiros, sobrevivem em meio à falta de perspectivas e tentam vencer em um país de miseráveis.

Além da companhia constante de Dora, outra nunca te abandonou, o sorriso.
O amor pela vida e a simplicidade marcaram a vida de João, que jamais se esquivou para as adversidades do caminho e sempre com o peito cheio de amor e dedicação, fez amigos por onde passou. Desde a infância pobre na roça, até os dias atuais, em uma pequena casa na periferia da cidade pequena. Ele costuma dizer que este é o remédio para o vida, e além de tudo, nem precisa comprar.

E assim foi levando a vida, entre uma desilusão e outra, um sorriso no olhar e a humildade de sempre. Pôde, depois de certa idade, sobreviver com a pequena aposentadoria. Dora cuida da casa e do papagaio Tico, amigo inseparável há anos. Todas as noites encontram os vizinhos na “Cozinha Comunitária”, o jantar servido na associação do bairro é aguardado como uma criança que espera o presente de natal. João em meio às gargalhadas sempre diz a Dora: “Coloque a melhor roupa que vamos jantar fora...”.

O sorriso aberto dos dois é o cartão de visitas de quem vai conhecê-los em sua casa. O café quente, feito em uma panela de ferro e fogão à lenha é servido como a mais nobre iguaria ao visitante. As histórias e vivências são relatas com orgulhos pelos dois.
O abraço apertado e o “volte sempre” são a certeza que a vida ensinou muita coisa para eles, principalmente o espírito de igualdade e sinceridade no olhar de quem sofre, luta, mas nunca perde a ternura.




Os nomes são fictícios, assim como parte da história. A foto e a outra parte são reais. Este post é dedicado a Pedro de Carvalho e a Associação dos Vicentinos de Campo Belo, que além de prestarem um serviço maravilhoso a comunidade, me deram a oportunidade de conhecer pessoas como estas.