quinta-feira, 20 de agosto de 2009

segunda-feira, 17 de agosto de 2009


COMEÇOU NO POST
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Um certo dia, Beto seguiu o conselho de um velho amigo: foi procurar um especialista.
Fez muita terapia, descobriu várias formas de ser dentro dele mesmo.
Conseguiu ver onde estava a sua maior angústia. Seus traumas.
O psicanalista o ajudou muito.

Deixou a terapia, já não havia tanto tempo disponível, na medida em que o interesse diminuia.
Precisava sim de uma viagem para refrescar a cabeça, refletir, descansar e "voltar outro".

Mapa, mochila e a inseparável máquina fotográfica.
E assim fez. Bolívia, Peru e Chile. Seguiu o roteiro até o terceiro dia, quando ficou apenas com os mapas. Nada que lembrasse alguma regra deveria ser seguida.

Voltou tranquilo. Cheio de fotos e histórias...muitas histórias. Conheceu muita gente, culturas, viu um povo sofrido e muita desigualdade, não diferente do que via aqui.
Viu coragem nos olhos das pessoas. Viu medo, rancor, temor.
Enfim, tudo que o ser carrega consigo e externa em algum momento da vida.

O tempo foi passando e Beto percebeu que algumas coisas na vida, por mais incompreensíveis que possam parecer, são necessárias. Tanto de um lado, quanto do outro.
Não deixou o emprego, mas se importou menos, só o necessário;
Trocou o carro. Não por um novo, mas por uma viagem para a Europa;
Fez novos amigos. Deixou alguns de lado, não valiam tanto a pena;
Começou a falar com o coração.

Não sabe onde vai dar tudo, mas hoje aprendeu algumas coisas que o levam a tentar compreender melhor o sujeito que é. Diz que para cada pessoa há uma razão, uma forma de ver o mundo e que ninguém é mais ou menos feliz se seguir uma cartilha. Não existe. Cada um deve vivenciar as suas angustias e desejos, e fazer delas, o combustível para buscar o bem.

Escreveu na porta do quarto o que passou a ser seu ideal de vida:
"Arroz, feijão e coragem".

Algo do tipo... o cotidiano faz parte da vida, desde que seja visto da maneira ideal.
Correta, ousada e sincera!