segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Aliança de lata!

Vem sendo "divertido" acompanhar o processo das eleições aqui em Belo Horizonte.
Os comentários, as desconfianças, os apoios, enfim, tudo que cerca este período de tempo a cada dois anos.

Especificamente aqui, que é onde moro (apesar de não votar nesta "zona" eleitoral), apresenta fatos curiosos para todos os eleitores e não eleitores locais.

A bola e comentário da vez, é o tal do Márcio Lacerda. Quem?! Bom, acho que todos aqui já conheceram um pouco dele, com muita insistência propagada pela campanha eleitoral.
Outro dia vi um dado interessante, antes do início dos vt´s na tv, Márcio Lacerda tinha 8% da intenção de voto. Hoje, segundo a última pesquisa, o dito cujo já está com 48% e caminha para eleição no primeiro turno.

O "candidato da aliança" tem como base de campanha as figuras tão bem quistas do governardor Aécio e do prefeito Pimentel. Um ali, ao lado do outro, mostrando que a tão falada "aliança" tem o apoio dos dois. O que me deixa intrigado é que até então, não se vê na campanha de tv e de mídia impressa, muitas propostas ou diretrizes a serem realizadas por ele, o que vejo sempre é a figura dos dois "braços de ferro" mostrando que assim, "pode confiar".

Isso aqui é uma reflexão, sem intenção partidária. Mas o que não consegui e não consigo compreender é essa aliança mineira do partido da estrela com a tucanada. Ao meu ver, incabível na sua essência, mas que na atual conjuntura do PT, é até compreensível, não aceitável, ao menos pra mim.
Bem faz o Patrus que falou poucas e boas no observatório da imprensa e se recusa a subir em palanque.

A segunda colocada, que caminhava bem nas pesquisas, até a "aliança" aparecer, me parece já derrotada diante da atual conjuntura. A Jô Moraes há algum tempo, me arrancava admiração e até um voto, o que hoje não posso dizer o mesmo. Depois de estranhamente ser uma das deputadas que se abstiveram (sem mais e sem menos) na votação que iria implantar a CPI para investigar a CBF e o digníssimo Ricardo "Treta" Teixeira, e de não responder sequer um dos 9 e-mails relativos ao tema enviados por mim (todos registrados e arquivados), não me causa nada além da certeza que as coisas mudam de acordo com o lado do balcão que você esteja.

Enfim, a interrogação toma conta da cidade acerca do futuro. Depois de tão bem administrada, será que teremos prossegmento com o talzinho aí? O tempo dirá.
O tempo também trará como árvore, a semente plantada agora por Pimentel e o "Netinho", futuras árvores no governo estadual e federal. Será?! Não sei, tenho minhas dúvidas.


PS.: A cor predominante da campanha do Márcio Lacerda é laranja.
Apenas para registro!

13 comentários:

  1. Engraçado! Estava falando disso hoje cedo.
    Eu, como um comunicólogo (ou protótipo de um) bastante curioso, curto muito dar boas risadas ao folhear a débil mental Revista Veja, a queridinha da burguesia. E assim o fiz. Prato do dia: café preto, torradas e com humor negro de primeira.
    Quando me deparei com a frase: “...socialista milionário...” referida ao “Laranjinha”, meu dia não poderia começar melhor. Mais uma vez o veículo se supera.
    Além de não ser eleitor na capital, assim como o queridíssimo autor, sou um fanático por política e adoro acompanhar.
    “Campanha Muda”, ou “Passaram a Chave no DVD” é como classifico a campanha do dito. “Vamos continuar o nosso trabalho!” é só o que ouço o dia todo, sem contar no jingle porco que foi feito e é veiculado (acima dos decibéis permitidos, lógico) no grande centro de BH.
    Todos, com um trabalho bem feito (preciso citar a honestidade?), podem continuar o trabalho que é feito por “Batman” e “Robin”... malditos hipócritas...

    Falando em permitido, e incluindo o bem estar social, sugiro uma discussão sobre a baderna “bem” feita pelos candidatos: Santinhos, no chão, formam o “tapete vermelho” rumo ao inferno; lavagem cerebral sonora nos nossos ouvidos o dia todo (a lá Laranja Mecânica. Kubrick ou Nostradamus?); “arrastões” promovidos pelos zombies manipulados, reunidos para sugar nossas almas no horário de hush em plena Pça. Sete, por meros R$10 ou R$20, e todos os tipos e cores de bandeiras flamejantes enfeitando o nosso querido Pirulito! Haja merda...

    Abraços!

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  2. Matheus,

    te convido então a "passear" pela savassi. Aqui, bem na esquina da Getúlio Vargas com Cristovão Colombo, uma multidão, a cada dia maior, gritando, berrando e cantando (isso mesmo, cantando) a todo vapor. E olha que trabalho no 14o andar, mesmo assim, incomoda. Talvez não tanto, por agência ser, geralmente, um lugar barulhento.

    E aqui tem de todo jeito. Do tipo da direito, do tipo da esquerda, os vermelhinhos radicais, amarelões... Enfim, tem pra todo gosto!

    Sirva-se.


    Abraço pra você.

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  3. Caríssimo, não me arrisco, mas fico feliz que a Zona Sul, cuja pouco freqüênto, compartilhe tal alegria conosco, do "centrão".
    Meu coração está partido por tamanha euforia eleitoral!
    PT+PSDB=... não sei dizer o que vira... acho que um arco-íris.

    Estamos vivendo uma involução (isso mesmo, regressão orgânica) política.

    Me esqueci de citar a frase do dia, que eu amei (sem ser sarcástico):

    "Que crise? Vai perguntar para o Bush!"
    Lula da Silva

    Enquanto estamos vendendo cimento como bananas, eles estão quebrando bancos.

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  4. Márcio conseguiu uma estranha façanha: ser um mero coadjuvante de sua própria campanha.

    Estranho isso, não?

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  5. Estranho mesmo. Bem observado.

    "O Prefeito da aliança" tá mais pra prefeito da desconfiança.

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  6. Já é do conhecimento dos mais próximos que eu infelizmente não gosto nem um pouco de política. Já tentei me interessar (sendo inclusive filiado de um certo partido estrelado...), mas realmente não é para mim. Mas quero dizer uma coisa. Sempre me identifiquei com o PT, sendo que cerca de 90% de meus votos até hoje foram para candidatos deste partido. Mas certas decisões e atitudes deste partido me entristeceram muito. Decepcionaram, para ser mais preciso. Mas esta tão falada aliança foi a gota d'água, não dá mais pra aguentar isso. E sobre essa campanha ridícula da "aliança", não há o que comentar. Uma verdadeira lavagem cerebral, com nossos principais governantes apoiando este famoso e gabaritado candidato. Como o eleitor é facilmente manipulado (é triste, mas é verdade), penso que até uma vaca seria eleita se fosse candidata no lugar do Márcio. Coisa semelhante acontece aqui em Sabará, mas isso é outra história. Resumindo: cada vez fico mais decepcionado com a política. Mas essa é a opinião de um leigo, que pouco acompanha política hoje em dia. Abraço a todos!

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  7. Guga,

    ahahha, também acho isso. Uma vaca seria eleita. Ou qualquer outro bicho, um tucano por exemplo! rs...

    Não precisa acompanhar para opinar. Isso faz parte do nosso cotidiano, de uma forma, ou de outra.

    Abraço!

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  8. Para ilustar nosso debate, segue texto do Celso Lungaretti, postado no blog: http://celsolungaretti-orebate.blogspot.com

    "2008: Eleições sem opções

    O Brasil tem 5.563 municípios.

    O PT marcha para as eleições de domingo coligado ao PSDB em 1.095 deles (19,7%).

    Ao DEM, em 957 cidades (17,2%).

    E ao PPS, em 1.129 (20,3%).

    Ou seja, em 3.181 municípios brasileiros (57,2%), o PT selou alianças com um dos principais partidos de oposição: os tucanos, os democratas ou o satélite de ambos.

    Mais da metade das cidades do País já vive a era dos partidos indiferenciados: são todos farinha do mesmo saco.

    Esta é outra explicação para a popularidade-recorde de Lula. Quando os partidos nada mais significam, os cidadãos apostam todas as suas esperanças em pessoas.

    Seria interessante fazerem outra pesquisa de opinião, que aferisse a popularidade do PT. Com certeza, não atingiria nem a metade da lulesca.

    Mas, homens providenciais morrem ou desabam do pedestal. E, quando isto acontece, nada deixam atrás de si, além de um povo órfão.
    Partidos têm vida longa. Cabe-lhes manter a continuidade da luta por bandeiras históricas.

    Quando se tornam gelatinosos, como os brasileiros, implodem as pontes entre passado, presente e futuro.

    Aqui não há partidos no sentido tradicional do termo, com posturas ideológicas definidas e diferenciadas.

    Há apenas o partido dos que estão no poder e tudo fazem para não deixarem entrar os que estão fora do poder, pois querem conservar as benesses do poder apenas para si.

    E o partido dos que estão fora do poder e tudo fazem para terem acesso ao poder e suas benesses.

    Hoje, a única referência que ainda imanta o povo brasileiro é um sexagenário.

    Adiante, uma incógnita.

    E os justificados temores de que estejamos decaindo sem nunca termos atingido o apogeu".

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  9. Mais um texto. Este, específico de Belo Horizonte.


    AS ELEIÇÕES EM BH


    José Maria Rabêlo


    O que estamos vendo nas eleições municipais em Belo Horizonte reproduz as mais repulsivas práticas políticas do passado. Em princípio - parece ser o que pretendem mostrar - o candidato a prefeito não necessita ter nenhuma identificação com a cidade, com suas lutas e sua realidade; basta contar com um padrinho de peso (se dois, melhor ainda) para sagrar-se vencedor.

    Nada tenho pessoalmente contra o sr. Márcio Lacerda, que mal conheço. Mas sua designação como candidato, é preciso dizê-lo, resulta de um contubérnio que avilta as tradições democráticas de Belo Horizonte. A população nunca ouvira falar de seu nome. Ele poderia andar pela Avenida Afonso Pena, que passaria inteiramente despercebido. As organizações de base da sociedade, que o PT alardeia respeitar, não foram ouvidas nem cheiradas sobre sua indicação. Tanto que os primeiros programas do sr. Lacerda, no rádio e na tv, foram destinados a apresentá-lo aos eleitores, a mostrar o que é e o que faz, o apito que toca. Como um produto qualquer oferecido pela primeira vez em um supermercado.

    Em outros tempos, de melancólica memória, assim se fazia. Na República Velha, os coronelões da política mineira, reunidos no que se chamava pejorativamente de a Tarasca, em referência a um monstro do folclore francês, decidiam entre si os candidatos a serem eleitos. A eleição servia apenas para justificar a farsa. Mais recentemente, na ditadura militar, os senadores biônicos eram urdidos à sombra das baionetas, a fim de assegurar o domínio do Congresso pelo governo, anulando a soberania do voto popular.

    Agora, a Tarasca (o monstro), que pensávamos morta, levanta-se da tumba para ditar as normas do próximo pleito. O governador e o prefeito, de partidos que sempre se enfrentaram, esquecem-se de suas antigas animosidades, a fim de impor ao eleitorado um nome de sua conveniência de momento. E, sem nenhum constrangimento, saem por aí, como camelôs a vender sua mercadoria contrabandeada. Dispondo de tempo privilegiado no horário eleitoral, de espaço suspeitíssimo dado por alguns jornais, de propaganda milionária de rua, de programas de televisão produzidos por famosas agências de publicidade, de dinheiro, muito dinheiro, juntam-se as duas mais poderosas máquinas administrativas do Estado para esmagar os adversários, numa disputa absolutamente desigual e antidemocrática.

    A eleição torna-se, assim, desnecessária e dispensável; os coronéis já decidiram quem vai ganhar, como um prato feito servido aos eleitores.

    É triste assistir a tão lamentável retrocesso. Depois de quatro eleições, em que a população belorizontina deu mostras de grande consciência política ao eleger prefeitos por seus compromissos com a cidade, temos agora uma audaciosa tentativa de escamoteação da vontade popular, com um candidato biônico concebido em nome de interesses que o eleitor desconhece. Será por isso que o Sr. Márcio Lacerda aparece sempre olhando para baixo, envergonhado de sua própria candidatura?

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  10. Velho amigo Milani,

    O laraja pode ser a combinação do amarelo com o vermelhor. Nada além.

    grande abraço

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  11. E agora o que parecia certo ficou duvidoso! ahahah quintão, "gente..." com aquele jeito de roça mas no fundo um carinha sabido!

    Confesso que nessa os belorizontinos me surpreenderam!

    Vamos ver o que vai dar!

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  12. Realmente uma bela surpresa. Essa "aliança" pelo visto não é tão forte assim. Esperemos...

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